Uma Paixão, Um Sonho e Uma cancão
Quando
eu tinha quinze anos fui incumbido por amigo a entregar uma caixa de bombom a
uma garota do nosso bairro. Ela tinha namorado mais isso não impediu meu amigo
de aventurar de Napoleão tentando tomar para si o território alheio. Fiz o meu
serviço. Uns dias depois meu amigo me pediu para ir conferir o resultado do seu
investimento e eu fui.
Ela me convidou pra entrar e me contou que tinha comido
os bombons junto com o namorado dela que comeu enquanto zombava do trouxa que
tinha os mandado.
Batemos
um longo papo naquela tarde e ela deixou escapar várias vezes certa
insatisfação com seu namorado. Ela era bonita e inteligente e quando falava
articulava os braços de um jeito que eu gostava muito. Nessa situação foi fácil
esquecer por que eu estava ali. Saindo dali fui dar a notícia ao meu amigo e
por um motivo algum “inconsciente”, eu dei a notícia pra ele na forma mais
desanimadora possível, guardando a parte da crise do namoro dela só para mim.
Ele se irritou com a chacota e disse que os dois podiam ir pro inferno. Eu
fiquei contente com sua desistência sumária, pois aquela altura não queria
levar nenhuma culpa no empreito que já se estalara em mim.
Eu
fiquei gamado nela, e não parava de relembrar os detalhes da nossa conversa,
sobretudo à parte que ela dizia que eu era muito maduro pra um garoto de quinze
anos. Eu havia deixado uma deixa para um retorno na casa dela. Eram alguns
discos que havia mencionado na nossa conversa. Então voltei alguns dias depois
com alguns Discos de Vinil embaixo do braço dentre eles um do Dire straits.
Ela
veio linda e perfeita como sempre, colocou o disco pra tocar e ficamos mais uma
vez até tarde conversando. Ela continuou reclamando do seu namorado e voltou a
elogiar minha maturidade. É era nessa hora que me vinha à coragem de tentar
alguma coisa, mas logo em seguida vinha uma questão perturbadora; não era comum
garotas de dezoito gostarem de garotos mais novos. E era nesse ponto que minha
insegurança ganhava força. No fundo tocava your latest trick. O clima era
perfeito para um beijo, nos estávamos sozinhos na sala, e apesar de muitos
sinais de seu interesse por mim o medo me vencia.
Eu
tornei a voltar na casa dela por mais algumas vezes e era sempre a mesma coisa.
Eu sempre decidia que da próxima vez iria arriscar mais isso nunca aconteceu.
Essa
história poderia ter acabado aqui, pois nos distanciamos e ela nunca soube que
minha amizade era só fachada e que eu estava era embriagado de desejo por ela.
Mais
essa história ainda rendeu mais que uma lembrança. Muitos anos depois eu sonhei
que eu encontrei ela nos tempos atuais e lhe contava sobre meu interesse de
adolescente e perguntei se na época teria rolado algo da parte dela, mas no
sonho ela não me respondia e só me lembro que ainda no sonho eu compunha uma
canção pra ela. O interessante foi que quando eu abri os olhos a música ainda
estava na minha cabeça. Eu saltei da cama peguei o violão e consegui salvar a
melodia e boa parte dela. Depois foi só colocar um final já que a música é
quase que uma narrativa linear dos fatos.
Bom
agora você decide se esse foi um poste sobre um amor de adolescência sobre a
falta de coragem ou sobre uma canção escrita em sonho. Ai vai a música
cade a musica?
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